terça-feira, 31 de maio de 2011

Pobre Criança

Há meses tenho me deparado ao ligar a tv, principalmente, ou acessar páginas on-line de notícias com atos assustadores de violências nas escolas, quer seja entre alunos, em sua maioria adolescentes, ou investidas contra os professores.

Hoje, uma outra cena na tv: um menino filma com aparelho celular seu pai (se é que podemos chamá-lo assim) que espancava brutalmente outros dois filhos meninos, um de 7 e outro de 9 anos de idade, com chutes e pisões no corpo frágil da criança caída no chão.

Depois do choque, com a cena remoendo em minha mente durante oras, percebi a linha tênue de ligação dos atos de violência nas escolas com casos domésticos como este. Me atrevo a dizer que o sefundo fato se faz pré-requisito para o primeiro.

Além dos traumas físicos a que muitas crianças são submetidas, e estes logo curam, há traumas invisíveis porém muito mais profundos e perigosos, os traumas psicológicos a que estas crianças foram submetidas e não somente a que apanhou mas a criança que presenciou os fatos de atentado a humanidade destes.

Obviamente, sem o devido acompanhamento de profissionais que possam auxiliar estas crianças a passarem para a adolescência e depois para a fase adulta com o mínimo de traumas quanto possível, se tornarão jovens agressivos afinal foi isto que aprenderam em casa, a violência.

E é com esta visão que saem para o mundo. Vendo através de olhos de gladiadores que aprenderam com ador.

Ao se libertarem da arena de suas casas pensam em nunca mais permitirem que alguém novamente as subjulgue e mais, muitos destes jovens ainda sofrendo em casa e veem no seu "segundo lar", ou pelo menos onde eles passam boa parte das horas do dia, a escola, como uma oportunidade para impor o respeito, tal qual é ensinado em casa, através da violência.

Não penso aqui em jogar a culpa no governo, seja ele qual for, mas sim no ser humano e sua falta desta essência que lhe atribui a espécie, a falta de humanidade.

É exatamente isto que falta hoje, humanidade, além das sempre citadas 'compreensão', 'afeto' e todas qualidades que já deveriam estar incrustadas no espírito do homem.

Penso que enquanto não houver uma real compreensão de que as crianças são futuro do mundo, se sobreviverem, não haverá mudança nos quadros de violência e me atrevo a dizer que nada é tão ruim que não possa piorar.