quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Primeira e Segunda metades

É estranho quando se procura fazer coisas para se ocupar para se esquecer que se está vivo por não se aguentar mais esta vontade de viver.
A dúvida de não saber se terá tempo o bastante para viver o que o espírito pede.
Medo de chegar ao final tão vazio quando da linha de largada.
E se não houver outra chance?
Tudo foi perdido. Porém correr atrás do rabo não preenche o vazio de ninguém.
O estranho, e no momento, se mostra fato para mim, é que mesmo sendo curto este tempo de que disponho, tenho que dividi-lo para melhor usa-lo.
Infelizmente e, inevitavelmente, uma metade é de espera e loucura calada.
Tempo para maturar.
Outra metade é de busca. Aventura.
Mas depois de tanto esperar e desesperar, já na segunda metade, mais dúvida.
E se maturei, pensei errado?
Mas fato é que Sempre queremos a certeza e ninguém se permite ao direito da dúvida.
A dúvida que é viver.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

As cinzas e os olhos

Garganta seca.
Calor atrás dos olhos.
E esse turbilhão de pensamentos. Que incômodo!
Movimento repetitivos com a perna. Sensação de estar atrasado ou ocupado.
Eu estou atrasado!
Eu deveria estar ocupado, me ocupando.
A cada livro novo acabado mais sensação de vazio. Garganta seca.
Eu estou atrasado.
Cada linha lida diminui os pensamentos em coro.
O silêncio é somente durante a leitura. Mais turbilhão.
Calor atrás dos olhos!
Aumento a frequência das páginas para tentar me manter ocupado.
Continuo atrasado. E a garganta seca.
Mais páginas. Cabeça em turbilhão. Olhos mais quentes e a garganta...
A garganta querendo esfriar.
Depois de tanto queimar, seja a hora de falar, de mostrar as cinzas.

domingo, 12 de setembro de 2010

Todo Dia.

E esta sensação de vazio que insiste em ficar.
As vezes parece dar trégua, mas na verdade é porque eu me forço a ignorá-la para ao menos tocar mais um dia.
Essa chuva que não passa.
O meu vazio se alimenta de escuridão. Basta começar a chover. Pior ainda se a chuva adentra a noite. O vazio cresce, fica forte. Não sei o que é pior, o crescente barulho da chuva em minha janela ou o silencio ecoante do vazio em minha alma.
Talvez, se eu conseguisse ser mais sincero, prático, verdadeiro, plausível e crítico comigo mesmo eu me tornaria mais agradável. E um dia eu conseguisse respirar. Ou não.
Porque, alguém com tantos vazios, sonha em mal poder respirar, de tão cheio.
E mesmo vazio, eu tenho que respirar. Todo dia.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A familia dos Pontos

Zé do ponto
Viu um tonto
Joana Vírgula
Deu oi pra Dilma
Ana Traveção
Deu um beijo
Naquele meninão
Julia Parágrafo
anda com o espaço
Chico Dois Pontos
ando como tonto
Beto questionador
vai ser um defensor!
Juca exclamador
vai ser um professor!
Todos juntos vão
separados, não.
Sozinhos não estão
Pois são todos irmãos.

*Este é um poema feito por uma menina de 10 anos chamada Enidiane Schimengler.
Nela percebo a esperança. Esperança nos outros. A crença de que ainda, unidos se faz história.