terça-feira, 14 de maio de 2013

E nos demos a sorte



Há pessoas que nos passam a impressão de que precisamos conhecê-las. De imediato assim, sem – ou com todo- sentido assim. Ela é assim.
Naquela noite eu a conheci. Entre novidades contadas, risadas e shots, eu a conheci.
Sabia quem era e seu nome bem antes daquela noite. Mas foi ali, naquela hora, que senti que era agora, que ela faria parte de mim.
A via passar por mim, inúmeras vezes por todos os dias, e sempre soube que sem demora, estaríamos unidos por mesmas histórias.
Com muita vontade e um pouco de acaso, assim de deu, e hoje eu, convivo com ela.
O que reforça minha mania de pensar que deveríamos todos sempre tentar, nos aproximarmos de qualquer pessoa, se assim pressentirmos, que nos fará bem.
E ela faz, com seus sorrisos radiantes, de suave baton, um carinho na alma.
E ela traz, com abraços sinceros, e palavras de apoio e seu jeito calmo, a todos a volta um grande conforto, que, embora não saiba, em certas horas, de alguns desesperos, ela nos mantém.
Impossível imaginar minhas noites de trabalho e algazarras com amigos sem a presença desta mulher.
Que se fez ver crescer forte. Que me mostrou a crescer com sorte, por te-la perto de mim.
Temos 4 anos compartilhados. Inúmeros cabelos cortados. Momentos de desabafos. Músicas que nos dão o tom. Cem horas de cafés-debates.
Desejo vê-la vencer, como se isso pudesse não acontecer. E num futuro pouco distante pensar em tudo que se passou, nos dias que ficaram para traz, e ter certeza que tudo foi obra de uma amizade bem construída. E quando envelhecidos reencontrá-la e lhe dizer, caso ainda não saiba, o quanto lhe amo, e que só me tornei a mim por causa dela.
E se não fosse por mim, um detalhe assim, casava com ela.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

The sad zeitgeist movement (O triste movimento)

Apenas uma constatação, sem mais.
Sei que não sou nenhum exemplo de simplicidade e modéstia, e justamente por conhecer a mim e minhas condições enquanto ser humano, errante, que me espanto em conseguir chegar a conclusão de que as pessoas estão cada vez mais seguras de si, e temo não ser uma segurança positiva, que acrescenta e empurra ao crescimento pessoal.
Fato é que percebo uma energia pesada que paira no ar em noites de "interações sociais", há uma preocupação excessiva em não se preocupar com os demais que se encontram em mesmo local, embora todos estejam lá pelo mesmo objetivo, interagir!
Por alguma razão se abateu sobre os jovens uma crença de que quanto mais esnobe se pareça mais interessante se tornará.
Devo admitir que há uma obscura sincronia entre eles, pois todos, ou quase - subtraindo aqueles que, ainda, não foram abduzidos- tomaram por consenso agir de tal forma padronizada como uma forma de seu 'eu na vida cotidiana'.
Zeitgeist? será? Sinceramente, se esse for, então, o 'espírito do tempo' realmente estou convicto de que não estou preparado para ele, e aceito me ver como 'da velha guarda'.
Essas reflexões só me vieram a mente, aos poucos, conforme fui sentindo falta da simpatia, que até mesmo, e ainda há pouco tempo, beiravam a expansividade, mas fato era que em uma noite, entre uma bebida e outra, fazia-se amigos 'do peito e da pinga'e as vezes amigos para o café da manhã em um botequim qualquer que servisse um belo café tinto forte.
Contudo tenho asco de falsas modéstias, não que eu queira que vossas magníficas belezas e styles não sejam admirados e mesmo colocados em evidência por vós mesmos, meus caros Narcisos- acreditem, acho Narciso encantadoramente belo, mais por sua ingenuidade de definhar pelo belo que nunca dantes tinha visto do que por sua aparência em si. Saber que se é bonito é saudável e admirável, mas se crer principesco, é espantoso, no mínimo, e tudo que posso pensar que possam conseguir com tal atitude é ser de fato inatingível, tal como um príncipe, quem se pode ver passar, mas não tocar ou, o  mais importante, dirigir a palavra.
No fim de uma noite vejo dezenas de lindos rostos, erguidos por belos corpos que se protegem em belas roupas armaduras, mas em nenhum momento consigo sequer cogitar a possibilidade se há algo além da beleza física e que dê, realmente, humanidade e gênio a tais Narcisos.
Sinto falta da simplicidade de sorrisos sinceros, de atitudes mais educadas de todos para com todos, sinto falta de um querer trocar experiências, sinto falta de uma velha energia alegre, quando o objetivo de encontros sociais tinham de fato a melhor das funções sociais, sociabilizar.
Esperemos que este 'espírito do- nosso?- tempo' que me parece ter como premissa a briga de egos, logo passe, e que em seu lugar venha um de fato principesco, mas no tocante de nobreza em ações.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

E conquistar me parece estranho

Sabe, cara, o amor não se convence e muito menos se conquista, como costumam dizer por aí.
Para haver conquista antes pressupõe-se ter havido uma batalha. Me parece estranho.
Me parece estranho de um modo quase negativo querer amor com batalha, é como querer paz atravéz de guerra. Contraditório, no mínimo.
Amor, cara. Amor se sente!
Os envolvidos devem estar predispostos ao amor, só assim, amarão.
Amor é sentimento. E por si só, em sua condição de tal, nasce da essência do ser. Deixe-se sentir!
Depois, que já estiverem amando, daí sim, acontecerá, não uma batalha, mas um exercício, um trabalho diário da manutenção de pequenas cores cotidianas que pintam e contornam e conformam o amor existente.
Então, primeiro queira sentir, depois deixe-se sentir e se tiver sorte em encontrar alguém com a mesma predisposição, trabalhe e trabalhe muito sem feriado e sem domingo.
Sentir, cara, é o que nos dá humanidade, e discordo da tese que é a racionalidade, e sómente, que nos faz humanos, são em grande parte nossos sentimentos que nos humanizam.
Esteja pronto, atento a cada instante do teu dia para amar.
Sendo sentimento, o amor é imprevisível e pode nascer a qualquer momento.
E tendo ouvido tanto dizer que amor é raridade, acabei por concluir que é mais burrice ainda tentar se fechar em si e não se deixar sentir.
Por ser, então, tão raro, se perdermos o amor quando ele estiver pronto para se apresentar em nossas vidas, é provável que ele nunca mais virá!
Por isso repito, cara, o qão é importante estarmos sempre predispostos ao amor, ao encontro com o outro, a sentir e a trabalhar, para que depois de manisfesto e sentido, não deixarmos o amor ir embora.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Das infantilidades às utopias

Depois de tanto pensar e pesar e prensar minhas ideias, tentando extrair as antigas para contrapor com as novas, talvez por crer que a história humana ou o histórico sentimental individual é cíclico, me volto novamente para antigos sentimentos e quereres.
E de novo quero me sentir querido, não mais quero ter medo se ainda me quererão amanhã.
Quero de novo a sorte, de que se não tive, ao menos desejar, ser olhado por olhos que me escolhessem em um mundo cheio de rostos, mas ele insiste em querer olhar o meu.
E insiste em dizer que isso lhe faz bem.
Quero a sorte de poder retribuir a estes olhos e perceber que, desta vez, nesta hora, são eles que me fazem bem.
O que vem dificultando esta troca de quereres utópicos- pelo menos o são para mim até o momento- é que há uma demora até os olhos se tocarem. Culpa do peso da bagagem que cada par de olhos carrega. Bagagens de vivências. De medos, decepções.
O que percebe o par constituinte do resto da multidão de rostos, geralmente, está com a visão embaraçada, encataratada, proporcionado por mazelas que um dia teve e, que hoje, dificulta a beleza de ver.
Aos poucos, mesmo ceguetas, ambos pares começam a tentar se perceber.
Mas a demora de uma visão mais lúcida faz com que se afastem, ou tenham medo de manter os olhos abertos por tanto tempo. Aí que está a falta, a pena.
Assim, infelizmente, quando um dos pares resolve lutar contra seu desfocamento e repete para sí que 'estes pares me fazem bem', pode ser que nesta hora, por cansaço, o outro par, que lacrimejou muito por ter ficado tanto tempo acordado, esperando este olhar, tenha cansado e se fechou.
Cansado de tanto lacrimejar.