sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Das infantilidades às utopias

Depois de tanto pensar e pesar e prensar minhas ideias, tentando extrair as antigas para contrapor com as novas, talvez por crer que a história humana ou o histórico sentimental individual é cíclico, me volto novamente para antigos sentimentos e quereres.
E de novo quero me sentir querido, não mais quero ter medo se ainda me quererão amanhã.
Quero de novo a sorte, de que se não tive, ao menos desejar, ser olhado por olhos que me escolhessem em um mundo cheio de rostos, mas ele insiste em querer olhar o meu.
E insiste em dizer que isso lhe faz bem.
Quero a sorte de poder retribuir a estes olhos e perceber que, desta vez, nesta hora, são eles que me fazem bem.
O que vem dificultando esta troca de quereres utópicos- pelo menos o são para mim até o momento- é que há uma demora até os olhos se tocarem. Culpa do peso da bagagem que cada par de olhos carrega. Bagagens de vivências. De medos, decepções.
O que percebe o par constituinte do resto da multidão de rostos, geralmente, está com a visão embaraçada, encataratada, proporcionado por mazelas que um dia teve e, que hoje, dificulta a beleza de ver.
Aos poucos, mesmo ceguetas, ambos pares começam a tentar se perceber.
Mas a demora de uma visão mais lúcida faz com que se afastem, ou tenham medo de manter os olhos abertos por tanto tempo. Aí que está a falta, a pena.
Assim, infelizmente, quando um dos pares resolve lutar contra seu desfocamento e repete para sí que 'estes pares me fazem bem', pode ser que nesta hora, por cansaço, o outro par, que lacrimejou muito por ter ficado tanto tempo acordado, esperando este olhar, tenha cansado e se fechou.
Cansado de tanto lacrimejar.

Um comentário:

  1. diz-se que (em processos de recuperação)
    que é preciso tres coisas na vida:
    saber que há coisas q é impossivel mudar
    saber q há coisas q é possível mudar
    ter inteligencia para diferenciar as duas anteriores situações

    fantasias, sonhos, universos lúdicos, etc...
    são inerentes ao ser eu acredito.
    diferenciar o q é ludico e o q é pragmatico é o q faz a diferença.
    q c acha?

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