terça-feira, 27 de abril de 2010

Gramelô de minha alma.

Acordei cantando. Parece bom. Mas almas perdidas que não enxergam um futuro, apagam seu passado e apenas existem no presente cantam músicas que soam para si como os tangos soavam aos ouvidos confinados em Auschwitz.
Cantei. A tarde toda cantei.
Música sem letra, uma mistura de linguagens que só uma mente distorcida como esta pode inventar.
O mais incrível é que enquanto proferia tais palavras compreendi e senti cada frase em 'gramelô'.
Gramelô de minha alma.
Canto por dó de mim.
Para esquecer a vergonha de não querer nada. Por querer o que não fui.
Queria sentir vontade de dançar, mas perderia o sentido do cantar.
Gosto desse vazio, pelo menos, me faz cantar.

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